quarta-feira, 5 de outubro de 2011

rdo

Tinha algo errado, isso era a única certeza que eu tinha. O clima na sala era tenso e o que saía de seu corpo era uma sensação que chegava a ser negra de pesada. Seus olhos transmitiam nenhuma sensação boa, não havia mais dúvidas. Levantei seu rosto e tentei dar um sorriso. Me congelei só ao encarar aquelas íris em forma de flor. Por mais que um olhar não significasse nada para alguns, na realidade é a porta para o coração.

E aquele coração estava muito, mas muito machucado. Ela desviou o rosto, triste. Obviamente, aquilo afetava mais a ela quanto a mim, só que o que eu sentia já era algo absurdo de doloroso. Comecei a me preocupar. Eu gostava demais dela para deixá-la assim. Tentei abordá-la para ajudar.

- Está tudo bem?

Eu era um idiota, era óbvio que não estava tudo bem. Ela nem se dando ao trabalho de responder, parecia que ia transbordar. Seu rosto ácido, começou a ser enxugado pelas lágrimas que caíam sozinhas. Relaxei no sofá e fechei meus olhos, tentando ajudá-la. Vagando pelo seu mundo, nos tornamos um, apenas em minha mente.

Via seu coração sendo arranhado, com marcas retas de unhas afiadas no órgão principal de seu corpo. Dava agonia, até que fui expulso de lá por vontades dela. Privacidade era algo essencial, percebi que não havia como eu ajudar muito mais e me retirei, pesado pela sua situação.

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